segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Colo de mãe

Minha cabeça precisa do travesseiro
Que se forma no roliço das suas coxas
Berço de terras férteis, canal, passagem
Lugar onde minhas lágrimas se sentem em casa

Doce silêncio amargo que em nós se instala
Não olhas nos meus olhos, se não o teu também desagua
Só afaga minha cabeça como outrora fazia quando criança
Deixe-me crê que em teu frágil ser tenho segurança

Prenda-me em teus braços, me faz pequeno
Hoje não tenho tempo para ser adulto
Deixe-me mostrar-me o quanto sou frágil, fraco
Por traz dessa armadura que me visto e desfilo

Faz-me recém-nascido, finge que é bobagem
Esse soluço do choro que me agoniza
Canta uma canção de ninar, ver se me acalma
Hoje teu cantarolar me traz calmaria

Deixe-me olhar nos teus olhos mais não olhas nos meus
Deixe-me toca em tuas mãos que o serviço doméstico enrijeceu
Deixe-me olhar tua pele enrugando aos pouquinhos, teus cabelos brancos
Deixe-me ouvir tua voz a dizer coragem, você consegui! vai adiante!

Mãe! Deixe-me voltar para o teu útero nem que seja só por hoje?
Me recolho mais do que estou agora em teu colo e tu me engoli
Fico lá quietinho, nem me movo, nem chuto, me alimentado do que engoli
Fico protegido pela placenta do teu amor, longe do desamo e do ódio

Deixe-me entrar vagina adentro, sei que deve ser uma dor complicada
Assim como me teve uma vez para o mundo, me recolhe de volta para tua alma
Estou com saudade do teu útero mamãe, aquele calor que aquece não queima
Estou precisando ficar quietinho, me recolher dessa existência fria e feia

Teu colo está me fazendo acalmar, mais mãe eu sei que isso não vai resolver
Me leva de volta para dentro de ti, onde a mão da maldade não me pode acolher
O sono chegou! Minhas pálpebras não querem obedecer. Mãe, não me deixa dormir!
Quando eu acordar sei que tu foi embora, e isso outra vez vai tirar meu sorrir

Mãe onde você está mesmo? Estou precisando do teu colo aqui
Minha cabeça está perdida sem amparo, minhas lágrimas não têm onde cair
Ninguém afaga minha cabeça, ninguém me mandar ter coragem e seguir
Mãe estou precisando urgente do teu colo, estou caindo constantemente
E o chão só faz me ferir!

Colo de mãe
Cleiton lima

Maranguape 28 de novembro de 2016

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Opostos



Um dia me negaram um sim.
Com a desculpa de que um não,
Era mais adequada aquela situação.
Mim negaram um sim,
Com a desculpa de que estariam mim fazendo um bem,
No entanto,
Eu não queria que me fizessem um bem,
Eu só queria um sim.
Mim negaram um sim,
E me disseram que um dia
Aquele não se tornaria o contrario,
No entanto,
Um não nunca veio a se tornar um sim.
Um não é sempre não.
Nunca muda!
Nunca mudou!
E nunca mudará!
Um não é sempre não!
E tendo o não como a única certeza
Mim fiz de forte e cresci
Não amadureci como me disseram
Pelo contrario enrijeci
Fiquei frio
Sofri
Não me tornei uma pessoa consciente
Coerente
Centrada
Pelo contrario
Mim embriaguei nos devaneios que o não me propunha
E comprovei o que já sabia
Um não
Nunca muda
Nunca é sim
Um não é sempre não
Pau que nasce torto dar-se um jeito
Adapta-se
Modela-se
Vira bengala
Mais um não é sempre não
Digo-vos isso por que cresci, vivi e envelheci.
E envelheci na esperança
Na esperança de um dia
O sim a mim negado
Por milagre provido do alto
Viesse a brotar do não
Desabrochando feito uma rosa
Uma nova vida para os velhos sonhos desse velho
E descobri que só os velhos vivem de velhos sonhos
Não lhes cabem mais devaneios, imprudências,
Nem ousadas e grandiosas novas aventuras
A única certeza de grande realização na velhice para mim
Era a morte e isso para mim já era um não
E um não eu já tinha a muito tempo
E o tempo me fez entender muitas coisas
Sendo assim finalizo minhas palavras
Dedicadas a todas as pessoas
Que assim como eu tiveram o seu sim negado
Eu...
Fruto de um não e na esperança desse sim até então
Mim renovo na vida
Como quem desfruta dela no mais pleno gozo de um sim
Sim, feliz!
Por que embora tenham me negado
A vida inteira o meu sim
Eu nunca desisti dele
E hoje consigo perceber
Que na verdade o meu sim sempre esteve aqui comigo
E eu não conseguia enxergar por que na verdade estava cego
Na esperança de um dia obter o seu sim
No entanto,
Era a força do meu sim que me mantinha vivo
Me fortificava
Me nutria
Dava sentido a minha vida
Hoje
Liberto do seu sim
Peço-lhe que o guarde para si
E que ele lhe sirva de alimento caso algum dia alguém lhe negue um sim
E me oferte não quantas vezes você quiser
E não se preocupe, pois a matéria prima que eu sou feito
É totalmente diferente da matéria prima que fizeram você
Sendo assim, enquanto você me oferta,
Não! Não! E não!
Eu aqui lhe oferto sim!
Sim! Sim! E sim!

                                                                                                                                                           Opostos
                                                                                                                                                    Cleiton Lima
                                                                                                            Maranguape 27 de dezembro de 2005


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Um dia para vencer

                                        

Hoje eu decidi vencer
Por isso acordei bem cedo
Pois na rotina de um vencedor
É preciso disciplina coragem e ousadia
Acordei cedo bem cedo
A lua ainda nem tinha se despedido da noite
E o pisca-pisca de estrelas guia ainda estava ligado
Enfeitando a cortina negra do infinito
Acordei cedo muito cedo
Mais não fiz grandes esforços
Apenas me debrucei na janela
E contemplei a despedida da lua à noite
O desligar do pisca-pisca de estrelas guia
A troca da cortina negra
Pela branca manchada de azul piscina
À noite entregando o céu ao sol
Á noite entregando o dia a vida
O sol delatando o céu em vermelho sangue
Para depois o azul-piscina enfeitar o dia
A aurora me trazia a paz que eu queria
O silencio era o barulho que eu merecia
Brinquei com as crianças
E aprendi com a sabedoria delas
Desenhei na areia
Andei descalço
E deitei no chão para desvendar os desenhos
Que as nuvens desenhavam com delicadeza e maestria
Ofereci bom dia, boa tarde, boa noite.
Pedi licença
Pedi desculpa
Reconheci onde errei
Presenteei os que eu amo com abraços amigos
Cativei os que não conheço com um sorriso
E ajudei os que pude ajudar
Não por piedade, caridade ou coisa do tipo.
Mais por aceitar e reconhecer a responsabilidade e o respeito
Que devemos ter com o outro
Já que o mundo a vida
Foram criados para o coletivo
E não para o individualismo
Chorei com as injustiças
Chorei com a beleza da vida
E venci hoje por mais um dia
Venci o stress, o descaso com a vida.
Venci os meus medos meus defeitos
Vinci o meu egoísmo venci os meus vícios
Meu egocentrismo minha verdade escassa
Meu individualismo
Venci minha insensibilidade o meu machismo
Venci minha insegurança meu mau humor repentino
Venci por hoje o grande mal da humanidade contemporânea
O desamor pelo outro
Pela vida
Pelo mundo
O desamor comigo
E por hoje eu fui mais feliz
Pois amei mais do que ontem eu amei e quis amar
Amei mais do eu normalmente consigo.


                                                                                                                                             Um dia para vencer
                                                                                                                                                          Cleiton Lima
                                                                                                                     Maranguape 05 de maio de 2010


quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Sobre o tempo e sua veloz passagem


Sobre o tempo e sua veloz passagem
E o que trilhamos e alimentamos nesse curto caminho

É hora, sim, já é hora!
É tarde, sim, já é tarde!
Não dar mais tempo!
O tempo acabou!

Qual dessas frases já permeou seu pensamento
Diante do que deveria ser feito e não foi?
Quando você ficou adiando até se tornar o nunca ou adeus,
Ou talvez deveria ter dado certo, mais agora não dar mais?
O que deveria até hoje ser presente e não passa de ausência?
O que até hoje deveria ser concreto e é só espera?
O que até hoje você sonha mais virou pesadelo?
Até onde você deu asas ao seu medo?
Até onde eles dominam teus nervos?
O tempo corre, não pedi licença, não dar passagem
Não tem trégua, o tempo corre desesperadamente
É preciso situar as nossas urgências
Hoje refiz minha agenda, adiei alguns compromissos
E elegi o que realmente tem urgência e pressa
Acordei as quatro, para contemplar o nascer do sol
Vê-lo desvirginar o céu, banhando-o de vermelho
Para depois lhe lavar de azul piscina
Ouvi o canto dos pássaros dando bom dia ao dia
Beijei beija-flores, caminhei devagar
Observando o que a correria do dia-a-dia não me deixa ver
Vi crianças brincando na rua
Velhinhos de mãos dadas envelhecendo mais, diante da vida
Vi namorados noivando, noivos casando
Vi gente nascendo, vi gente morrendo
Vi a vida de bandeja me servindo o que de melhor nela havia
Vi a vida! Simples! Singela! Com cheiro de terra e de gente!
E isso não tem nada a ver com roupa de grife
Carro do ano, conta no banco
Isso não tem na a ver com cor da pele
Sexualidade, religião, politica, idade, berço
Vi a vida de bandeja!
E ela era tudo que não nos permitimos ver no dia-a-dia
E vi também que ela corre
Mais rápido do que podemos acompanhar ou imaginar
Ao meu redor todos se socializavam nas redes sociais
Mais não tinham ninguém de verdade
Sob a intensa e aquecida vida social deles
O frio congelante da solidão
Sob os beijos e abraços e aplausos figurados nos desenhos enviados
O desejo de alguém de verdade
Sob as palavras doces de: Amigo! Saudade! Te amo!
O amargo no peito gritava: Cadê você de verdade?
As palavras eram um esboço sujo e sem sabor
Reflexos desbotados do que gritava suas almas
O que estamos fazendo da vida enquanto ela corre?
E corre... E corre... E corre... E corre!
E nos envelhece, e nos enruga, e nos tinge os cabelos de brancos?
A vida tem pressa em se consumir
É seu destino de fênix se reconfigurar a cada 24 horas
Porém, não é o destino do homem!
Somos efêmeros, e perdidos muitas vezes em tudo
Menos em nós mesmo e na vida
Reprograme sua agenda
O tempo tem pressa e não dar segunda chance
Der mais tempo para você mesmo
Vá a mais a almoços de famílias
Abençoe mais seus sobrinhos e afilhados
Faça mais festinhas e vá mais ao cinema com os amigos
Beije mais na boca, abrace mais
Sorria mais, ser feliz não requer motivos
Ser feliz é solução!
Estude o suficiente, conheça o necessário e indispensável
Conheça a vida! As palavras e sua força, seu jardim
Se não tem plante um, converse com as flores
Dialogue com seu cachorro
Dance mais ao som do bem-te-vi
Escute os conselhos das crianças, elas sim sabem o que fazem e falam
Caminhe almejado a sabedoria dos mais velhos
Brinque o que a vida não lhe permitiu brincar na infância
Reviva a criança que adormece em tuas entranhas
E renasça em você bondade, a ingenuidade e a pureza
Que habita o mais profundo de nossa gênesis
Ame! Enquanto a vida ainda permite, ame!
E diga as palavras doces, melosas, e piegas de amor
Pois haverá o tempo que você desejará dizê-las
E a pessoa amada já não mais estará aqui
Pague os micos necessários e indevidos
Por esse amor vez ou outras
E quando parece que tudo está normal demais
Pague-os novamente de forma mais piegas possível
Amar vale todos os desafios e riscos que se possa correr
Aos amigos, morra e mate por eles
E não vá dormi sem lhes dar boa noite
Vá a aniversários, formaturas, chá de baby
Chá de panela, de casa nova, de capim santo, de erva-cidreira
Vá a casamento com ou sem roupa nova, com ou sem presentes
Vá a batizados, faça amigos secretos ou da onça
Viva de verdade enquanto a vida ainda permite a vida
O mundo não evoluiu como nos querem fazer acreditar
O mundo na verdade regrediu, mais não nos permitem ver isso
A única evolução clara e explícita
É a da tecnologia de massa de nos afastar um dos outros
Através da comodidade das ilusões
Vá a velórios!
Beba o morto no café, no chá com bolacha, na cachaça
Viva os rituais que nos uni enquanto a vida não nos separa
E se nos separa, viva o ritual da separação para mesmo assim estarmos unidos
A vida tem pressa, e não espera
Então, não espere ela se esvair de você para querer viver de verdade
Viva agora, o hoje é o melhor tempo para se começar e recomeçar
E o momento certo para realizar seus sonhos é no hoje
O momento certo para amar de verdade, é agora!

                                                                                                                                 Sobre o tempo e sua veloz passagem
                                                                                                                                                            E o que trilhamos e alimentamos nesse curto caminho
                                                                                                                                                                                                                             Cleiton Lima

                                                                                                                                                                                              Maranguape 07 de julho de 2015

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Um sabor chamado lima


Um sabor chamado lima
Um desejo que chama o teu
Um sabor que me salga a língua
E lhe adoça a vida com o suor que meu
Melanina me transpassa a pele
Se dilui em água salgada de mim
Corre em minha pele rio de melanina
Que já diluída transparente fez-se
Fez-se poesia, poema e rima
Métrica melódica que me canta a vida
Melodia avisto embalando o ritmo
Que pulsa em meu peito feroz desatino
Não fale em destinos, em cartografia
Mapas que me levem, caminhos ou trilhas
Me encontro em veredas, me atiro aos riscos
Se não for amor, não me atrevo nem ao cisco
Cisco que em meu olho quis fazer morada
Me forçando a lagrima que tu não choraste
Projetou em mim sentimentos piegas
Que transcrevo em versos sobre sua dor
Que também é minha, afilhada nossa
Cantada na bossa que o violão cantou                                                          
Hoje eu canto aqui, canto em minha pele
Salgando a boca que a possui
Sangrando o peito que me fez desejo
Mais não se fez o beijo de me possui
Lima minha lima, minha doce lima!
Azedou-me em rima que me fez assim
Sal saltando a pele, olhos e feridas
Lagrima, suor, sangue em minha língua
Língua minha língua, minha doce língua!
Que colhe em tua pele sob sua dormida
O suor da pele, a lagrima em meus lábios
O sangue que embebo e firmo nossos laços
Do vermelho doce da ferida aberta
Colho em meus lábios direto da brecha
Vermelho de rosa, rosa amarela
Pespontado espinho sempre à minha espera
Encarnando a carne
Encravando em sangue
Tatuagem em pele sensível de amante
Marcada a dentes, unhas, arranhões
Meu segredo oculto, público tornou-se
Meu pecado: amar.
Minha inconsequência: não desistir do amor.
Meu defeito é ao amor me lançar
Sem ter medo do que há de encontrar
Meu perfume encontrou-se em teu corpo nu
A inebriar-me as narinas e sonhos
Meu sabor mina em abundancia do teu sexo
Local que só os meus lábios conseguem acessar para a colheita
Teu olhar meu mirante para o futuro
Em teus braços meu aconchego seguro
Em tua voz embalo meus sonhos neste mundo
Cujo os pesadelos em cada esquina dobram o meu muro
Lima, lima, minha doce lima!
Que sabor tu trazes a minha azeda vida?
Que gosto tu traz a minha doce rima?
Língua, língua, minha doce língua!
Que verso tu tens guardado para mim?
Que poema irá compor em poesia?
Que sussurros poetizados falará sobre minha sina?
Que gesto indigesto me negará você?
Para sufocar meu verso e azedar minha métrica
Mais que poema se sustenta na melosidade da abelha?
É preciso o contragosto para apreciarmos realmente o sabor do manjar
A cigarra canta como ninguém o amor
Mais canta estridente a nos confundir
Se atrás do seu canto há dor ou sorrir
Lima, lima, minha doce lima!
Traz teu sabor como contragosto a vida
Traz teu sabor como opção distinta
Traz o teu sabor, porque sei que é nele que apreciaremos a vida!

Um sabor chamado lima
Cleiton Lima
Maranguape 25 de agosto de 2015
  


terça-feira, 25 de agosto de 2015

O tempo como testemunho do que ficou e de quem ficou




O tempo, a mim, tem servido apenas como cúmplice e testemunha do que no seu decorrer foi se afirmando e reafirmando em minha vida. Em minha memória, histórias consolidadas que não voltam me deixam saudade, por outro lado historias construídas no ontem e que até hoje permanecem vivas e forte.
O sim frágil que se tornou um não forte. Um não forte que se tornou um sim doce. E o tempo, moleque atrevido, sorrateiro, ficou na janela do passar da vida, testemunhando o que realmente viria a se tornar duradouro e o que em sua essencial era passageiro.
Vidou o que em sua gênesis era verdadeiro, o que a carne sangrou por não saber mentir, o que os olhos choraram por não saber negar, o que as palavras decomporão para não fazer sofre mais, o que o silencio calou para não machucar, o que a distância volta e meia ausentou para se refletir e poder voltar, o que a vida talhou a duros golpes para que a escultura pudesse se formar.
Da pedra bruta e grosseira se lapida o diamante singelo, delicado e precioso, e dos desencontros e desajuste que a vida proporciona de forma desordenada, a calmaria surgi como única saída para o caos.
Amizade se reconhece no vendaval de fim de verão. Chão, poeira, caos, destruição, ventania, sol latente, destroços pelo caminho, caminho interrompido. E ao fim de tudo, céu azul, leve brisa e recomeço. Só depois do vendaval podemos realmente reconhecer nossos amigos. Só quem passa pelo vendaval conosco, prova ao fogo, como o ouro, o quanto somos importantes para elas e até onde ela é capaz de ir por nós e conosco é que podemos realmente chamar de amigo.
Quando um dos meus vendavais passaram, em um desses fins de verão passado. A poeira ainda embaçava minha vista, mais sua presença foi sentida com tanta força que eu sorri. Havia destroços, por certo para reconstruir, caminhos interrompidos, sem sobra de dúvidas, havia o caos, poeira, destruição pelo calor da ventania, mais enquanto a vista não limpava por completo para se ter a real noção do risco, meu sorriso me embebia de suor, lagrima e saliva, a matar a sede de vida que em mim havia.
No fim daquele vendaval, em especial, eu descobrir que você o tinha passado comigo. Muitos desistiram, por opção, se abrigaram pelo caminho, eu não tinha essa escolha, era preciso seguir, com ou sem destino, e no final do caminho, você estava comigo, tinha seguido junto, ao meu lado, por opção, por decisão, por ser amigo.
De lá para cá foram muitos NÃOS, fortes NÃOS! Que não se tornaram amargos, pois eram NAOS de amigo, de quem passou o vendaval comigo, e sabe o que é melhor para mim, mesmo que eu não enxergue e não concorde com isso.
Os SINS frágeis ficaram abrigados pelo caminho, se tornaram fortes nãos que já não me agoniam! Mais o seu não sempre protetor, foi detentor do que em nós hoje é mais forte e forjou nossa amizade, verdadeira, forte, resistente a vendavais, tempestades.
Sincera, duradoura, lapidada em diamante, da pedra bruta que um dia fomos, talhada a duros golpes, para esculpir a beleza da amizade que possuímos.
O tempo assim foi testemunhando em seu correr, afirmando e reafirmando o quão verdadeira, sincera e solida é a nossa amizade. Em minha memória, historias e momentos que o tempo não apaga, inesquecíveis. Em minhas reminiscências só há saudade daquilo que ainda não vivemos. Em meu ser grato, a gratidão de alguém que sempre teve em você um amigo de todas as horas, sincero mesmo que a dor chegue, verdadeiro mesmo que chova lagrimas. Essencial em minha história como é a própria vida para minha existência exista.
Em meu ser,
Grato!
A gratidão por ser sempre essa pessoa tão especial, tão importante e essencial para aqueles que te amam.
Para mim que o amo!

Ps: Parabéns meu amigo mais que especial!!
Feliz aniversário!!


O tempo como testemunho do que ficou e de quem ficou
Cleiton Lima
Maranguape 25 de agosto de 2015

  



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Sob o calor do ônibus

Sob o calor do ônibus 
O suor na pele.
Sob o suor na pele, 
O salgar da língua.
Sob o salgar da língua,
O doce do beijo. 
Sob o doce do beijo,
Tua língua em minha língua.
Sob o balé das línguas, 
O dançar dos sonhos. 
Sob o dançar dos sonhos,
O riso na alma.
Sob o riso na alma,
O amor que nasce.
Sob o amor que nasce, 
A tal felicidade.

                                                                                                                          Sob o calor do ônibus
                                                                                                                                                                      Cleiton Lima
                                                                                                                                       Maranguape 22 de junho de 2015